A missão Chandrayaan-3 pousou com sucesso no polo Sul da Lua. Tornando a Índia o quarto país a pousar no satélite natural da Terra.
O pouso suave aconteceu hoje, às 18:03 hs no horário local (09:33 hs no horário de Brasília). Os outros três países que realizaram a mesma façanha foram EUA, União Soviética e China.
Fonte: Space.com (Traduzido para o Português)
Em breve, o rover movido a energia solar chamado Pragyan (“sabedoria” em sânscrito) sairá do módulo de pouso Vikram (“valor”) da Chandrayaan-3. A dupla robótica passará um dia lunar (14 dias terrestres), explorando o novo lar, com o objetivo de coletar dados científicos sobre a composição da Lua, antes das baterias acabarem após o pôr do sol.

A Chandrayaan-3 foi a segunda tentativa da Índia de pousar próximo do polo Sul da Lua, uma região desconhecida que atrai grande interesse dos cientistas e entusiastas da exploração. Acredita-se que a região abriga grande quantidade de gelo, que se acessível, pode ser extraído para combustível de foguete e suporte de vida para futuras missões tripuladas. A primeira tentativa de pouso do país, em Setembro de 2019, falhou quando o módulo de pouso Chandrayaan-2 caiu na Lua devido a uma falha de software.
Após quase quatro anos e muitos aprimoramentos de projeto, a espaçonave Chandrayaan-3 foi lançada em um foguete LVM3, em 14 de Julho, do porto espacial de Sriharikota, na costa leste indiana. A espaçonave entrou em órbita elíptica ao redor da Lua neste mês, depois realizou múltiplas manobras para mudar para uma órbita aproximadamente circular, que a levou por volta de 93 milhas (150 km) sobre a superfície lunar.
No dia 17 de Agosto, a dupla Vikram-Pragyan se separou do módulo de propulsão, que estudará a Terra a partir da órbita lunar. O módulo de pouso e o rover entraram em uma órbita elíptica após a separação. Frearam na sexta-feira (18 de Agosto) e novamente no domingo, para chegar mais perto da superfície lunar.
Enquanto ainda estavam em órbita, nos dias 21 e 22, a dupla estabeleceu contato com o orbitador da Chandrayaan-2, que está circulando a Lua desde 2019 e serviu como elo de comunicação crítico com a Terra para a missão Chandrayaan-3.
Quando o Sol nasceu no local de pouso escolhido, o controle da missão na sede da ISRO, em Bengaluru, comandou o módulo de pouso para começar a descida à superfície lunar, ativando o sistema de pouso automático.

A Chandrayaan-3 pousou próximo do local onde ficaria a sonda Luna-25, que infelizmente não conseguiu fazer um pouso suave na Lua.
O sucesso da Índia pode ser atribuído às “mudanças extensivas” na estratégia de pouso depois da queda de Chandrayaan-2, disse Anil Bhardwaj, diretor do Laboratório de Pesquisa Física da Índia. Algoritmos a bordo, que calculam a velocidade da espaçonave em tempo real durante a descida, foram retrabalhados para permitir “maior liberdade de desvio” do protocolo, “mas ainda realizar o pouso”, ele acrescentou.
Outras mudanças ajudaram a facilitar o sucesso da missão, incluindo uma maior área de pouso, pernas mais fortes para o Vikram resistir a maiores velocidades de pouso e motores dinâmicos que ajustam a velocidade da espaçonave para um pouso mais suave.
Agora que Vikram está na Lua, espera-se que Pragyan ande na superfície lunar e comece a analisar as rochas e a superfície.
Os módulos da missão Chandrayaan-3

Segundo a ISRO, os instrumentos científicos do Vikram são:
- Anatomia de rádio da ionosfera e atmosfera hipersensível à Lua (RAMBHA): para medir a densidade e a variação de íons e elétrons na superfície.
- Experimento termo físico de superfície Chandra (ChaSTE): medir as propriedades térmicas da superfície lunar.
- Instrumento para atividade sísmica lunar (ILSA): medir a atividade sísmica ao redor do local de pouso, delineando a estrutura da crosta e do manto.

Os instrumentos científicos do rover:
- LIBS (Espectroscópio de decomposição induzida por laser): para fazer as análises quantitativa e qualitativa e inferir a composição da superfície e das rochas.
- APXS (Espectrômetro de raios X de partículas alfa): determinar a composição elementar do solo lunar e das rochas.

O módulo de propulsão possui o Espectropolarimetria do planeta Terra habitável (SHAPE), com a função de ajudar a encontrar exoplanetas habitáveis, ou que podem conter vida.