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Efeito da gravidade na antimatéria

Um experimento no CERN comprovou que a antimatéria é atraída pela gravidade da mesma forma que a matéria comum.

Fonte: LiveScience (Traduzido para o Português)

No dia 27 de Setembro, uma equipe internacional de físicos relatou uma descoberta importante sobre a elusiva forma de matéria, conhecida como antimatéria. Aparentemente, a antimatéria responde à gravidade da mesma forma que a matéria comum, validando as teorias propostas por Albert Einstein há mais de um século atrás.

Este resultado marca a primeira observação direta de antimatéria em queda livre, os átomos são feitos de antiprótons em vez de prótons e pósitrons em vez de elétrons.

As partículas de antimatéria possuem carga elétrica oposta à da matéria comum.

A nova pesquisa comprovou que átomos de anti-hidrogênio, feitos de um antipróton no centro com um pósitron orbitando-o, são puxados pela gravidade em vez de empurrados, como era esperado de uma forma de matéria que se apresenta como oposta.

Além disso, quase três décadas depois da criação do primeiro anti-hidrogênio em um laboratório, o triunfo científico de hoje é mais uma confirmação da Teoria da Relatividade Geral de Einstein, que prevê que todas as massas, independente das diferenças na estrutura interna, reagem à gravidade da mesma maneira.

Capturando antimatéria

Jonathan Wurtele, professor de física da Universidade da Califórnia e sua equipe, criaram, capturaram e estudaram partículas de anti-hidrogênio na Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN). As partículas foram capturadas dentro de uma garrafa magnética, cujas extremidades contêm campos magnéticos controláveis. Para testemunhar os efeitos da gravidade nas partículas de anti-hidrogênio, os pesquisadores reduziram a força do campo magnético em cada extremidade para deixar as partículas escaparem.

Escrevi dois posts sobre a minha visita ao CERN e recomendo que os leitores também visitem. 

Visita ao CERN (Parte 1)Clique aqui

Visita ao CERN (Parte 2)Clique aqui

Quando cada partícula vagava para o topo ou fundo da garrafa, disparava em um flash. Pesquisadores contaram esses flashes e descobriram que havia um número maior de partículas indo para o fundo em comparação com o topo. Impressionantes 80% das partículas se comportaram desta forma e este resultado se mostrou verdadeiro para uma dúzia de repetições no experimento. De acordo com o novo estudo, isso demonstra conclusivamente que a gravidade faz o anti-hidrogênio cair.

A equipe também descobriu que a aceleração gravitacional do anti-hidrogênio é próxima da matéria normal, que é 9,8 metros por segundo ao quadrado. Espera-se que o resultado permaneça para as outras partículas de antimatéria, afirmam os pesquisadores.

Embora as últimas descobertas descartam teorias que postulam que a antimatéria é repelida pela gravidade, apenas medidas mais precisas dirão se há alguma diferença na força gravitacional sobre a antimatéria, em comparação com a matéria.

No entanto, ao obterem a primeira observação direta dos efeitos gravitacionais no anti-hidrogênio, os pesquisadores marcam o início de uma busca detalhada e direta da natureza gravitacional da antimatéria, que permanece intrigantemente escassa no Universo.

Acredita-se que logo após o Big Bang, haviam quantidades iguais de matéria e antimatéria no Universo. Porém, se ambas entrarem em contato, ambas se destruirão, liberando alta energia. Ninguém sabe o porquê de haver muito mais matéria comum no Universo.

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