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Euclid, o telescópio do universo escuro

A Agência Espacial Europeia (ESA) lançou o Euclid, um telescópio espacial para estudar a matéria escura e a energia escura.

Matéria e energia escuras

Acredita-se que a maior parte da matéria do Universo é composta de matéria escura. O qual não absorve, não reflete e nem emite nenhum tipo de radiação, portanto, não pode ser observado diretamente com nenhuma radiação eletromagnética. Mas, interage pela gravidade com a matéria normal.

Astrônomos observaram que a velocidade orbital das estrelas ao redor do centro galáctico se mantém constante à medida que se afasta do centro (B). Porém, pela gravidade newtoniana, a velocidade orbital deveria diminuir ao afastar-se do centro (A). Fonte: PopSciCool.

Acredita-se que a matéria escura seja a responsável por manter a velocidade (velocity) constante independente da distância (distance) do centro da galáxia. Muitos cientistas também acreditam que a atual expansão do Universo é causada pela energia escura, pois a gravidade deveria atrair as galáxias. Mas não se sabe do que esta energia é feita, se é que existe.

O lançamento do Euclid

O Euclid foi lançado hoje, às 11:11hs, no horário local, em um foguete Falcon 9 da Space X, no Cabo Canaveral, Flórida. Ficará no ponto Lagrange L2, onde está o James Webb.

Mais informações sobre os pontos de LagrangeClique aqui

Fonte: Space.com (Traduzido para o Português)

O Euclid vai passar seis anos examinando o universo escuro para entender melhor a evolução galáctica, o início da história do cosmo e o porquê da expansão do universo.

O Euclid levará oito meses para acelerar quando chegar ao espaço. A missão durará 30 dias até a um ponto distante, conhecido como ponto Lagrange L2, do sistema Terra-Sol. Fica aproximadamente 1,5 milhão de quilômetros do nosso planeta, no lado oposto do Sol.

Em seguida, passará os próximos sete meses por um período de comissionamento, incluindo testes de instrumentos e capacidade de obter imagens. As primeiras imagens de alvos notáveis serão exibidas nos próximos meses, tanto para impulsionar o envolvimento do público, quanto para testar as capacidades do telescópio, segundo as autoridades. 

Euclid
Ilustração artística do Euclid. Mesma fonte da notícia.

O telescópio é uma missão de pesquisa, significa que moverá periodicamente em direções diferentes para capturar grandes áreas no céu. Será uma missão complementar aos telescópios espaciais que olham pequenos pontos do Universo em grandes detalhes, como o James Webb da NASA.

Como funciona o Euclid?

Fonte: ESA (Traduzido para o Português)

Consiste em um espelho de 1,2 metro de diâmetro, projetado para funcionar em comprimentos de onda na luz visível e no infravermelho, este tem um comprimento de onda mais longo que a luz vermelha. O telescópio vai coletar luz de objetos cósmicos distantes e enviar para dois instrumentos.

O Instrumento Visível (VIS) e o Espectrômetro e Fotômetro do Infravermelho Próximo (NISP) vão operar em paralelo, coletando dados simultaneamente da parte do céu apontada pelo telescópio.

Instrumento do Euclid
O VIS à esquerda e o NISP à direita. Fonte: ESA.

O VIS lidará com as medições precisas da forma das galáxias obtendo as melhores imagens possíveis das galáxias distantes. Para isto, o instrumento usa um mosaico de 36 CCDs, cada um com 4000 x 4000 pixels. Com isto, o detector terá 576 megapixels no total.

O outro instrumento, o NISP, é dedicado para fazer medições espectroscópicas das galáxias, que envolve dividir a luz em comprimentos de onda individuais. Permitindo a dedução do desvio para o vermelho. Esta propriedade permitirá aos cosmólogos estimar a distância da galáxia em questão e permitirá aos dados do Euclid se tornarem o maior e mais preciso levantamento 3D do Universo já conduzido.

Um componente especial atrás do telescópio, chamado de dicroico, separa a luz coletada e desvia os comprimentos de onda visíveis para o VIS e o infravermelho para o NISP.

Os sensores nos instrumentos foram projetados para operarem a -180ºC, com ruído ultrabaixo e alta sensibilidade. Segundo a ESA, a estrutura do módulo de carga é feita de carboneto de silício. Pois os metais se expandem e contraem muito mais com a variação de temperatura, o que pode prejudicar a capacidade de focar a luz.

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