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O lançamento da missão Einstein

A China lançou a sonda Einstein para estudar as emissões de raios-X vindas de estrelas de nêutrons, buracos negros e outros fenômenos.

Fonte: SpaceNews (Traduzido para o Português)

Um foguete Longa Marcha 2C foi lançado do Centro de Lançamento de Satélites Xichang, no sudoeste da China, às 02:03 no horário local, em 9 de Janeiro. A Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China (CASC) confirmou o lançamento bem-sucedido.

A sonda Einstein é parte dos crescentes esforços científicos espaciais estratégicos chineses. A espaçonave passará pelo menos três anos observando interações distantes e violentas, como eventos de perturbação de maré, causados por supernovas e estrelas separadas por buracos negros supermassivos. Além de detectar e localizar as contrapartes eletromagnéticas de alta energia de eventos de ondas gravitacionais.

Escolhendo uma banda suave de emissões de raios-X de estrelas sendo dilaceradas por buracos negros, a sonda pode fornecer novas ideias sobre como a matéria estrelar cai no buraco negro e sobre o complexo e raro fenômeno da formação de jato de matéria ionizada emitida pelo horizonte de eventos.

A espaçonave de 1450 kg vai operar a 600 km de altitude e a 29 graus de inclinação orbital. A partir desse ponto, observará o céu com um telescópio de raios-X de campo amplo (WXT).

O WXT usa a tecnologia de ponta “olho de lagosta”, para permitir que a sonda veja os eventos de raios-X mais profundamente e amplamente do que era anteriormente possível.      

sonda Einstein
Representação artística da sonda Einstein. A imagem é da mesma fonte da notícia.

O WXT combina os 12 módulos testados em 2022, para fornecer um campo de visão de 3600 graus quadrados. O instrumento usa uma técnica de reflexão, inspirada nos olhos da lagosta, consiste em poros quadrados paralelos arranjados em uma esfera. Os tubos quadrados guiam os raios-X para um detector CMOS.  

Os raios-X de uma fonte distante são refletidos nas paredes dos poros quadrados até chegar ao detector. Fonte: ESA.

A Agência Espacial Europeia (ESA) contribuiu para a missão com o apoio no teste e na calibração dos detectores e elementos óticos do WXT.

Estações terrestres da ESA também estarão envolvidas no download de dados da sonda Einstein (EP). A missão também utilizará a constelação de satélites de navegação chinês Beidou, para permitir transmissão rápida de alerta de dados para a superfície.

“Alimentada por tumultuosos eventos cósmicos, a luz de raios-X de fontes astronômicas é muito imprevisível. No entanto, contém informações fundamentais sobre os objetos e fenômenos mais enigmáticos do Universo.”, disse Erik Kuulkers, cientista de projeto da ESA.

“Os raios-X são associados com colisões entre estrelas de nêutrons, explosões de supernova, matéria caindo em buracos negros ou em estrelas superdensas, ou partículas de alta energia sendo expelidas de discos de matéria circulando objetos exóticos e misteriosos.”

A EP possui processamento de dados interno e capacidades de acompanhamento autônomo. Significa que o Telescópio de Acompanhamento de Raios-X (FXT), com uma visão mais estreita, mas um instrumento mais sensível, desenvolvido em colaboração com a Europa, pode ser rapidamente acionado quando o WXT detectar um evento de raios-X. 

A localização do WXT e do FXT. Fonte: NAOC.

Segundo a fonte, a sonda Einstein pode ajudar a descobrir a origem das ondas gravitacionais e a ESA receberá 10% dos dados coletados, por sua contribuição.

A EP também pode fornecer pistas sobre outros fenômenos, incluindo magnetars, núcleos ativos de galáxias, explosões de raios gama com desvio para o vermelho e as interações entre cometas e ventos solares.

A China começou a lançar missões de ciência espacial dedicada em 2015, com a sonda de matéria escura DAMPE. A missão foi parte do Programa de Prioridade Estratégica (SPP) da Academia Chinesa de Ciências (CAS). A EP foi aprovada em 2017, como parte da segunda fase do SPP.

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