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James Webb mede a temperatura de um exoplaneta

Pela primeira vez, o telescópio espacial James Webb (JWST) mede a temperatura de um exoplaneta do sistema estrelar Trappist-1, que é de 230ºC.

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O sistema TRAPPIST-1

Fonte: Universe Magazine (Traduzido para o Português)

A anã vermelha TRAPPIST-1 está localizada a uma distância de 41 anos-luz do Sol. Seu raio é apenas um pouco maior que o de Júpiter, possui 9% da massa do Sol e temperatura na superfície de 2300ºC. Pelos padrões estrelares, é pequeno e frio.

Entre 2016 e 2017, astrônomos descobriram sete exoplanetas rochosos no sistema TRAPPIST-1. Caracterizam-se por um “empacotamento” muito denso. As órbitas do primeiro e do sétimo planeta estão separados por apenas 6 milhões de km. Para comparação, no Sistema Solar, esta distância é de 2,8 bilhões de km.

O mais interessante sobre TRAPPIST-1 são as órbitas dos três primeiros mundos estarem na zona habitável. Recebem energia suficiente da estrela para existir água líquida na superfície, desde que tenham condições atmosféricas adequadas. Tornando o sistema TRAPPIST-1 extremamente atraente para a pesquisa. Não é surpresa que se tornou uma das metas primárias do JWST.

Mundo quente sem atmosfera

O alvo das primeiras observações do JWST foi o exoplaneta TRAPPIST-1b. É um pouco maior que a Terra em tamanho e massa, sua órbita está a 1,7 milhões de km de distância da estrela-mãe.

Detectando exoplaneta
O TRAPPIST-1b e os outros exoplanetas do sistema estrelar foram descobertos através do método de variação do brilho da estrela, mostrado no post “5 métodos para descobrir exoplanetas“. A imagem é da mesma fonte da notícia.

O JWST se concentrou em medir a energia liberada por um exoplaneta na forma de radiação infravermelha. A partir daí, os astrônomos usaram um método chamado de fotometria do eclipse secundário. O JWST mediu a mudança no brilho quando TRAPPIST-1b passou por trás da sua estrela. Devido à alta sensibilidade nos instrumentos, que supera muito os dos antecessores, o observatório espacial podia calcular exatamente quanta luz infravermelha o lado diurno do TRAPPIST-1b emite. A análise mostra que este indicador corresponde à temperatura média na superfície de 230ºC.

Além disto, os astrônomos descartaram a presença de uma atmosfera densa em TRAPPIST-1b. O fato é que o exoplaneta está constantemente com o mesmo lado virado para a estrela. Se tivesse uma atmosfera, o calor seria distribuído e o dia seria mais frio.

Este fenômeno se chama travamento de maré, já escrevi um post sobre o assunto.

Travamento de maréClique aqui

Porém, o JWST não encontrou nenhum sinal deste processo. Análise dos resultados de cinco observações separadas, sugerem que a radiação de TRAPPIST-1b corresponde quase perfeitamente a um corpo negro rochoso e sem atmosfera. Além disto, nenhum sinal de absorção de luz por dióxido de carbono foi detectado, o que também indica que o exoplaneta não tem uma atmosfera significativa.

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